quinta-feira, 25 de março de 2010

Afinal.


Do quintal eu posso ver

a vida que escoa ligeira lá fora.

Relógio,ritmo,rua...

tudo passa rápido depois daquele portão.

Pessoas,placas,pensamentos...

tudo se confunde,se estranha.

-Estranho!-dizem.

Mas depois do portão tudo é novo e incerto.

E eu,tal como quem vive no inverso,me ponho a retrucar.

-Estranho!?Estranho é provocar anseios alheios sem a pretensão de realizá-los.

Decidem então: -Portão de madeira,sem vista pra rua!

E a paz volta a reinar cega no nosso quintal.

quarta-feira, 24 de março de 2010

Páginas.


Deixo as últimas páginas livres

para que nelas eu possa ilustrar

um pensamento qualquer.

Deixando-as livres e brancas tais como são,

vez por outra rasgadas por palavras

que escorrem densas por entre as linhas,

forte por entre os dedos,

ora palavras soltas,confusas,

ora breves e organizadas entre si.

Apenas palavras e linhas,

afogadas na alvidez daquelas últimas páginas.

domingo, 21 de março de 2010

Éco.

O que me falta é cor...
É cor..
É cor...
É cor...
É cor...
É cor...
É cor...

É cô.
Éco.

Avesso

O que eu sinto é coisa pouca,
coisa pequena,sem importancia ou relevância,
pouca,pequena e sem relevância.

O que tenho é coisa,muita.
Numerosa,desejada,procurada.
coisa muita meu senhor.

O que procuro?é o avesso ora pois.